Caso do Bolo Envenenado: suspeita é encontrada morta na prisão

Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar o bolo que resultou na morte de três pessoas de uma mesma família, foi encontrada morta na cela da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (RS) na manhã desta quarta-feira (12). A principal hipótese é suicídio, mas as circunstâncias serão investigadas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).

A Polícia Penal divulgou uma nota oficial sobre o ocorrido: “Durante a conferência matinal, a presa Deise Moura dos Anjos foi encontrada sem sinais vitais. Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que, ao chegar no local, constatou o óbito. Deise estava sozinha na cela.”

Reprodução. Arquivo pessoal.

A morte de Deise ocorre pouco mais de um mês após sua prisão preventiva, ocorrida em 5 de janeiro de 2025. Ela era investigada por triplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio de outros três membros da mesma família.

Relembre o caso

Na véspera de Natal de 2024, uma confraternização familiar em Arroio do Sal, no litoral norte gaúcho, terminou em tragédia. O que seria uma celebração de fim de ano se transformou em um pesadelo quando um bolo, preparado para o evento, estava contaminado com arsênio, resultando na morte de três pessoas e na hospitalização de outras duas.

O bolo foi preparado por Zeli dos Anjos, uma das vítimas, utilizando uma farinha que, segundo as investigações, estava contaminada. Inicialmente, o alimento seria consumido em outro encontro com amigas de Zeli, que acabou cancelado. O bolo foi servido durante o café da tarde em família no dia 23 de dezembro.

Seis pessoas consumiram o bolo: Zeli, suas irmãs Neuza e Maida, sua sobrinha Tatiana e seu sobrinho-neto Matheus. Apenas Jefferson, marido de Neuza, não apresentou sintomas.

As vítimas

Na madrugada de 24 de dezembro, Neuza e Maida faleceram após ingerirem o bolo contaminado. Tatiana, Matheus e Zeli foram hospitalizados em estado grave. No dia seguinte, Tatiana não resistiu e morreu.

O caso passou a ser investigado como homicídio e, em 5 de janeiro de 2025, Deise Moura dos Anjos foi presa preventivamente como principal suspeita pelo triplo homicídio e tripla tentativa de homicídio.

Outras investigações

Dias após a prisão de Deise, a polícia exumou o corpo de Paulo Luiz dos Anjos, outro parente da família, para investigar a causa de sua morte. A perícia confirmou a presença de arsênio no corpo, levantando a hipótese de que ele também tenha sido envenenado por Deise.

As investigações indicavam ainda a possibilidade de que Deise pudesse ter tentado envenenar outras pessoas próximas, ampliando a suspeita de uma série de envenenamentos premeditados.

A morte de Deise Moura dos Anjos encerra a apuração judicial contra a acusada, mas as autoridades seguem analisando todas as circunstâncias do caso que chocou o país.

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