Da história ao presente: O Botafogo e as festas de tiro ao alvo

Este texto explora a rica trajetória do Botafogo Futebol Clube, fundado em 1949 no bairro Barra do Rio Cerro, em Jaraguá do Sul. Ao longo dos anos, o clube não apenas cultivou tradições esportivas, mas também preservou e promoveu as tradições culturais germânicas, como as festas de tiro ao alvo, que homenageiam o Rei e a Rainha do Tiro. Em sintonia com a celebração dos 200 anos de imigração dos povos de língua alemã no Brasil, o Botafogo reafirma seu papel como guardião da identidade cultural local, conectando passado e presente.

 

Localizado no histórico bairro Barra do Rio Cerro, outrora conhecido como colônia de Rio “Serro”, o Botafogo Futebol Clube tem uma rica herança cultural que se entrelaça com as tradições germânicas e italianas da região. Fundado em 20 de novembro de 1949, o clube originou-se como uma entidade dedicada ao futebol, com forte ligação ao grupo étnico italiano, sendo herdeiro do antigo Clube Palestra Itália e da Sociedade Cruzeiro (anteriormente, o Salão Weege).

 

Na década de 1950, o Botafogo expandiu suas atividades ao instalar o Departamento de Tiro e Bocha, marcando a fusão das tradições esportivas com as culturais. A partir dessa época, iniciaram-se as celebrações das festas de tiro ao alvo, um evento profundamente enraizado nas tradições germânicas, que homenageia as figuras do Rei e da Rainha do Tiro, mantendo viva a conexão com as culturas pomerana e alemã.

 

Nesse contexto de celebração da cultura germânica, os eventos organizados pelo Botafogo estão alinhados com a comemoração dos 200 anos da imigração dos povos que falam a Língua Estrangeira Alemã no Brasil, em 2024.

A Festa do Rei e Rainha do Tiro tornou-se um dos eventos mais aguardados na região, reunindo a comunidade em um clima de celebração com música, competições e a tradicional busca das majestades. Em 2023, os títulos foram conquistados através da competição de tiro com carabina, com Reginaldo Assis sendo coroado rei, José Milbratz como 1º cavalheiro, Neri Heinzen como 2º cavalheiro, Janice Specht como rainha, Jô Specht como 1ª princesa e Karin Krause como 2ª princesa. A animação musical ficou por conta da Banda Lyra do Caneco, que garantiu o ambiente festivo com melodias tradicionais, destacando tanto os sons folclóricos germânicos quanto elementos do patrimônio musical nacional.

 

A ritualística folclórica de busca das majestades, um dos momentos mais emblemáticos da celebração, foi conduzida por Loreno Marquardt, com Edmar Fischer atuando como bandeireiro. O cortejo seguiu pelo entorno da sede social, e em um ponto previamente determinado, as majestades foram incorporadas ao pelotão de marcha. Em seguida, todos retornaram ao salão de festas, onde o público aguardava a sessão solene de homenagem, reconhecendo social e culturalmente os exímios atiradores e atiradoras.

O evento foi organizado sob a presidência de Ari Enke (foto), com o delicioso café colonial preparado pela equipe liderada por Gati Elhert. O conjunto de pratos e iguarias servidos aos convidados trouxe sabores que harmonizavam perfeitamente com a tradição da culinária germânica.
Em 2024, com a celebração dos 200 anos de imigração dos povos de língua alemã no Brasil, o Botafogo reafirma seu compromisso com a história, perpetuando costumes que atravessam gerações. O clube continua a ser um elo entre o passado e o presente, garantindo que a cultura local seja valorizada e reconhecida como parte essencial do patrimônio da região.

 

 

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