JDV | Flávio José Brugnago
Balduíno Raulino – Um legado de sabedoria, cultura e compromisso público – Foi um nome que marcou profundamente a história de Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Nascido em 3 de abril de 1945, em Nova Trento, filho de Horácio e Maria Schneider Raulino, sua trajetória de vida foi guiada por valores sólidos, profundo senso de missão pública e amor pela educação e cultura. Ao falecer em 6 de abril de 2023, aos 78 anos, Balduíno deixou um legado vasto e inspirador, que reverbera nas instituições que ajudou a construir, nas políticas públicas que idealizou e nas incontáveis vidas que tocou como professor, gestor e líder comunitário.
O livro “Balduíno Raulino – A vida que desejo para qualquer um”, organizado pela historiadora Silvia Regina Toassi Kita, é uma obra que se insere com relevância no cenário atual, especialmente no ano em que o Brasil celebra os 150 anos da imigração italiana, dado que o cidadão era de origem italiana e defensor da identidade dessa comunidade étnica. A trajetória de Balduíno, cuja história se entrelaça com a formação cultural e social de Jaraguá do Sul, serve como símbolo da força das raízes familiares e do espírito comunitário herdado dos imigrantes.
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O título da obra “Balduíno Raulino – A vida que desejo para qualquer um” carrega um significado profundo e afetivo, refletindo tanto a visão do biografado sobre sua própria trajetória quanto a intenção da organizadora em destacar o valor de uma vida vivida com propósito, ética e dedicação ao bem comum.
No capítulo inicial, somos convidados a conhecer a infância e a formação familiar de Balduíno em Nova Trento. A convivência com seus pais e irmãos moldou seu caráter e valores, formando a base ética e afetiva de sua vida futura. Esses laços familiares permaneceram fortes ao longo dos anos, mesmo após sua mudança para Jaraguá do Sul.
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A jornada educacional de Balduíno se inicia no seminário, seguindo com sua graduação entre 1956 e 1970. Foi um período de amadurecimento espiritual e intelectual, preparando-o para sua missão como educador e gestor. Mais tarde, ele recomeça em Jaraguá do Sul, onde encontra o lugar ideal para trabalhar e construir sua família.
O amor pelo ensino foi uma constante na vida de Balduíno. Lecionou em Ibirama e, depois, em Jaraguá do Sul, marcando gerações de alunos com sua dedicação e visão humanista. Participou ativamente da Fundação Educacional Regional Jaraguaense (Ferj), onde contribuiu significativamente para a expansão do ensino superior na região. Seu compromisso com a educação se estendeu também à fundação de instituições como o CEIJ e a Faculdade Metropolitana de Guaramirim (Fameg), hoje referência regional.
Balduíno Raulino teve papel fundamental na administração municipal de Jaraguá do Sul, com destaque para sua atuação como secretário de Educação, Cultura, Esporte, Turismo e Lazer entre 1983–1988 e 1993–1996. Sua gestão foi marcada pela criação e fortalecimento de instituições como a Biblioteca Pública Rui Barbosa, o Museu Histórico Emílio da Silva (anexo Museu do Expedicionário e Casa do Colonizador), o Arquivo Histórico Eugênio Victor Schmöckel e diversos projetos voltados ao patrimônio cultural e às etnias que formam o mosaico cultural jaraguaense. Atuou ainda na fundação de associações de origem húngara, polonesa, italiana e germânica, contribuindo para a valorização da diversidade cultural da cidade.
Na área esportiva, incentivou competições e o JASC. Além disso, promoveu turismo sustentável e defendeu a preservação ambiental em Jaraguá do Sul.
Como vereador, Balduíno reafirmou seu compromisso com a comunidade, promovendo leis e ações voltadas à educação, à cultura e ao bem-estar dos cidadãos. A Câmara de Vereadores nomeou a Escola do Legislativo em sua homenagem, reconhecendo sua dedicação à formação política e cívica da população.
Um dos legados mais conhecidos de Balduíno Raulino foi sua efetiva participação na equipe multidisciplinar que criou a Schützenfest, a tradicional Festa dos Atiradores de Jaraguá do Sul, que se consolidou como um dos maiores eventos culturais do estado de Santa Catarina. Inspirada nas festas germânicas, a Schützenfest uniu tradição, identidade cultural e desenvolvimento turístico, tornando-se uma marca da cidade. Balduíno também foi um dos principais articuladores da festa, desde sua concepção até sua institucionalização.
A vida de Balduíno não se limitou ao trabalho. Viajou por várias regiões do Brasil e do mundo, destacando Alemanha e Itália, onde fortaleceu laços culturais e buscou inspiração para Jaraguá. Suas viagens em família e com amigos renderam histórias memoráveis, registradas com sensibilidade e humor.
Nos últimos capítulos do livro, vemos um Balduíno mais íntimo, voltado à vida doméstica, às amizades e às tradições. O “Clube da Polenta”, o reencontro com colegas do seminário, a produção artesanal de aguardente e os muitos momentos vividos com a esposa Marister e as filhas Mara Isa, Cinara e Cintia são retratos de um homem que viveu plenamente, com alegria, generosidade e propósito.
Este livro é, acima de tudo, um testemunho de amor à vida pública e ao serviço comunitário. Ao registrar a trajetória de Balduíno Raulino, a obra preserva não só a memória de um homem notável, mas também inspira futuras gerações a compreenderem que o verdadeiro legado se constrói no dia a dia, com trabalho, empatia e dedicação.
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