Ações emergenciais em rodovias exigem recursos de R$ 1,34 bilhão

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte divulgada nesta semana aponta que 2.070 km (63,7%) das rodovias de Santa Catarina têm algum tipo de deficiência no estado geral de manutenção, avaliado em regular, ruim ou péssimo. Outros 1.179 km (36,3%) tiveram classificação de ótimo ou bom. O estado geral inclui a avaliação conjunta do pavimento, da sinalização e da geometria (relevo) da via. A pesquisa da CNT percorreu 3.249 km no Estado. Em todo o Brasil, foram 105.814 km analisados. Em Santa Catarina, o acréscimo do custo operacional devido às condições do pavimento chega a 28,3% no transporte rodoviário.

 

Sinalização

O estudo apontou problemas de sinalização em 64,1% da extensão avaliada (classificação regular, ruim ou péssimo). Em 35,9%, o estado foi classificado como ótimo ou bom. Ao analisar os trechos onde foi possível a identificação visual de placas, 24,3% apresentaram placas desgastadas ou totalmente ilegíveis. O tipo de rodovia (pista simples ou dupla) e a presença de faixa adicional de subida (3ª faixa), de pontes, viadutos, curvas perigosas e de acostamento estão incluídos na variável geometria da via. A pesquisa constatou que 72,3% da extensão pesquisada não tem condições satisfatórias de geometria; 27,7% tiveram classificação ótimo ou bom. Santa Catarina tem 83,6% da extensão das rodovias em pista simples de mão dupla.

 

Prejuízo de R$ 161 milhões com óleo diesel

Só em 2022, segundo a CNT, a má qualidade das rodovias de Santa Catarina provocará um desperdício de 35,3 milhões de litros de diesel considerando-se apenas caminhões do transporte logístico de cargas movidos com este tipo de combustível. Feitas as contas, o prejuízo estimado para as transportadoras vai bater na casa dos R$ 161,1 milhões “O modo rodoviário brasileiro atua como elo da cadeia de logística de serviços nacionais e seu funcionamento é fundamental com ações voltadas ao seu desenvolvimento direcionadas para os ganhos de eficiência energética, que ajudam na diminuição das taxas de poluição dos veículos”, aponta o estudo da CNT. Sugerindo, ainda, além dos investimentos necessários e urgentes na recuperação das estradas, o incentivo à aquisição de caminhões movidos a biometano. Reduzindo em cerca de 37%56/ano as emissões de gases de efeito estufa comparado aos veículos que usam diesel, acrescenta a CNT.

 

Ações emergenciais

Na avaliação da CNT, apenas para as ações emergenciais de reconstrução e restauração das rodovias, com a implementação de sinalização adequada, estima-se que é necessário R$ 1,34 bilhão. Já para a manutenção dos trechos classificados como desgastados, o custo estimado é de R$ 353,58 milhões. No pavimento, são consideradas as condições da superfície da pista principal e do acostamento. A pesquisa classificou o pavimento como regular, ruim ou péssimo em 50,4% da extensão avaliada, enquanto que 49,6% foram considerados ótimo ou bom; 35,3% da extensão pesquisada apresenta a superfície do pavimento desgastada.

 

Pontos críticos

A pesquisa identificou, ainda, oito trechos com erosões na pista e um com queda de barreira que colocam em risco o condutor ao trafegar pelas rodovias de Santa Catarina. Com investimentos públicos federais acumulados de R$ 7,35 bilhões, entre 2004 e 2016, houve a adequação de rodovias como sua principal ação. Em 2017, o investimento autorizado foi de R$ 408,54 milhões, 30,9% superior ao de 2016. Do total investido em adequação entre 2004 e 2016, 80% foram para a BR-101. Dado o perfil do gasto, o desembolso por quilômetro, em 2016, foi de R$ 342,79 mil, 114,8% superior à média nacional.

 

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