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Uma notícia publicada na plataforma Correio do Povo informou que o Brasil é o terceiro país que mais acessa o TikTok, mas será que existe uma equivalência entre esses dados e o abandono dos jornais?
Um estereótipo associado à Geração Z e até aos Millennials mais novos, é o de que esses jovens têm as redes sociais como “supremas”, detentoras da verdade e capazes de ditar seus comportamentos. Na prática as coisas não são tão “preto ou branco” assim: existem nuances que merecem a atenção.
Ou seja: diante da questão “a nova geração confia mais no TikTok do que no jornal impresso?”, a resposta é um “depende”! Há aqueles indivíduos que sim, acreditam mais no que sai da boca de seus influenciadores favoritos do que nas grandes mídias, mas essa atitude está longe de ser um consenso.
O que há é uma tendência em acompanhar mais as notícias a partir de redes sociais e até mesmo de ferramentas de inteligência artificial. Levando em conta que esses espaços utilizam fontes de sites de notícias especializados, o que há não é o abandono da confiança, mas um novo jeito de acessar ideias.
As redes sociais como fontes de notícia para as novas gerações
Um artigo publicado pela ExpressVPN aponta dados relacionados ao uso das redes sociais como fontes de notícias para novas gerações. Dos indivíduos entre 18 e 26 anos, por exemplo, 49% usa o Reddit como fonte de informação. O Instagram aparece logo em segundo lugar, com 27%.
As motivações para o movimento são variadas, com as principais tendo relação com a especificidade das informações encontradas e a possibilidade de interagir com quem as publica. Diferente do Google e demais ferramentas de buscas, onde os dados não são interativos, as redes possibilitam esse fato.
E embora as gerações mais novas observem números mais expressivos de utilização das redes como fontes de notícia, mesmo os mais velhos fazem uso. Entre as populações de 59 a 65 anos, o Facebook aparece na rotina de 54% deles como veículo para informações, o que são dados pra lá de expressivos.
As campanhas de descredibilização contra os jornais tradicionais
Uma das razões pelas quais as gerações mais novas parecem confiar mais no TikTok e outras redes do que nos jornais tradicionais vem dos esforços políticos em descredibilizar essas mídias. Donald Trump, inclusive, foi responsável por cunhar o termo “fake news” em retaliação aos jornais mais tradicionais.
Esse tipo de retórica naturalmente levou as pessoas a métodos alternativos de encontrar notícias, os quais frequentemente são menos confiáveis. Uma plataforma como o G1 terá critérios mais sérios do que um influenciador digital do TikTok quando o assunto é a publicação de alguma informação online.
O futuro “híbrido” do alcance das notícias nos espaços digitais
Com base nos dados da pesquisa, podemos concluir que as novas gerações utilizam sim as redes, mas não abandonaram os jornais. O que não consideramos até esse ponto é o fato de que as duas coisas não são mutuamente excludentes: os jornais também marcam presença nas redes!
Os principais jornais tradicionais parecem ter percebido essa possibilidade, com alguns dos perfis nas redes sociais alcançando a marca de milhões de seguidores. Se antes a maneira de obter as notícias era com os jornais de papel, agora as mesmas informações são publicadas no Instagram e no TikTok.
Aliado a tudo isso, não é exatamente verdade que a Geração Z e os Millennials confiam mais no TikTok do que nos jornais impressos; apenas que esse é o meio ao qual eles têm um maior acesso. No fim das contas, veículos noticiosos de papel já deixaram de existir em boa parte das regiões do nosso Brasil.
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Imagem de Solen Feyissa no Unsplash
A evolução do consumo de notícias e a adaptação das gerações
Além das motivações já mencionadas, o consumo de notícias pelas redes sociais também está ligado à conveniência. Não é só sobre encontrar conteúdo; é sobre como ele chega até o usuário.
O TikTok, por exemplo, apresenta um fluxo constante e interativo de informações, o que se alinha com a tendência de consumo rápido de notícias. Esse dinamismo, em contraste com a leitura linear de um jornal impresso, é algo muito mais atraente para uma geração acostumada a navegar entre diferentes fontes em questão de segundos.
No entanto, a confiança nas redes sociais como fontes de notícias não deve ser encarada como uma tendência unânime. Enquanto algumas pessoas se envolvem mais com as narrativas apresentadas por influenciadores, outras buscam em plataformas de notícias especializadas e verificadas o conteúdo que consomem.
Esse comportamento híbrido é uma das características mais marcantes dessa transição digital.
Com isso, a adaptação dos jornais tradicionais aos novos tempos, por meio de estratégias digitais, não apenas garante seu espaço, mas também reafirma o papel deles como fontes confiáveis. O futuro, portanto, se desenha com uma coexistência entre os meios tradicionais e as redes sociais, onde cada um oferece algo único para quem busca estar bem informado.
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