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Parece que o PMDB voltou aos tempos da sublegenda

O vereador Hélio Luiz Heineck (MDB) reagiu com veemência a críticas do colega de partido, Osny Bylaardt, contra o prefeito Luís Antônio Chiodini (PP).

29/10/2020

Entre 1964 e 1985, na vigência do bipartidarismo dos governos militares, os dois únicos partidos políticos permitidos poderiam lançar até três candidatos a prefeito e governador quando de divergências incontornáveis na indicação de nomes. Assim, a soma final dos votos era carreada para o mais votado entre eles. Em 1982, por exemplo, Durval Vasel, concorreu pelo PMDB na sublegenda 2, por conta de encrencas internas. Fez 9.802 votos que, somados à votação de Reginaldo Schiochet (4.020), candidato oficial pela sublegenda 1, lhe deu a vitória sobre Eugênio Strebe, do PDS (hoje PSD) que fez 12.139 votos.

Pois, em Guaramirim, passados 35 anos, parece que o PMDB voltou aos tempos da sublegenda. O vereador Hélio Luiz Heineck (MDB) reagiu com veemência a críticas do colega de partido, Osny Bylaardt, contra o prefeito Luís Antônio Chiodini (PP). A quem acusou de “não ter feito nada” e de ir à reeleição depois de dizer que não disputaria um segundo mandato. “Em Massaranduba, Jaraguá do Sul e São João do Itaperiu, com prefeitos do MDB, vale a reeleição? E porque não em Guaramirim?”

“Como podem dizer (referência ao MDB) que uma pesquisa registrada no TSE (com Chiodini liderando) é fraudulenta?”, questionou o vereador. Que prosseguiu indagando: “Como dizer que o atual prefeito não fez nada? O pior cego é aquele que não quer ver”, disparou Heineck. “E como apoiar o meu candidato a prefeito que não fala com ninguém, que disse, em público, não saber o que é bom para Guaramirim? Pensem bem, é isso que vocês querem? Votem nele, então!”, concluiu o vereador.   

A origem do segundo processo de impeachment contra o governador afastado Carlos Moisés (PSL), está na secretaria estadual da Saúde, quando da compra dos 200 respiradores da China. E que, a princípio, também enquadrava a governadora Daniela Reinehr. Por isso mesmo, ela procura um nome para substituir o atual secretário André Motta Ribeiro. Outra mudança a ser anunciada é no comando da Procuradoria Geral do Estado onde começou o processo que afastou Moisés.

A nova “onda” da Covid-19 atinge severamente oito regiões de Santa Catarina, catalogadas como de nível grave, com notícias de que hospitais estão lotados. Em regiões onde grande número de pessoas trabalham em municípios vizinhos àqueles onde moram, o risco é ainda maior. E já se comenta que, nestes casos, as eleições de 15 de novembro podem ser adiadas. Norte e Vale do Itapocu são regiões mapeadas como de Alto Risco.

Por ter foro privilegiado, a investigação sobre a participação do governador Carlos Moisés (PSL) sobre a compra pelo Estado de 200 respiradores importados da China ao preço de R$ 33 milhões pagos adiantados, sem garantias e nunca entregues, foi para na Polícia Federal, em Brasília. Que emitiu parecer dizendo que não haver indícios de participação de Moisés no fraudulento negócio. Agora o processo vai para o Superior Tribunal de Justiça, que baterá o martelo, condenando ou não o governador afastado. Por enquanto, um balde de água fria sobre a Assembleia Legislativa. Com isso, Moisés dá uma respirada e pode voltar mais cedo do que se pensava.

Enquanto isso, em Florianópolis, o segundo pedido de impeachment no caso dos respiradores, prossegue. Os cinco deputados eleitos para o tribunal especial já são conhecidos: Laércio Schuster (PSB), Valdir Cobalchini (MDB), Fabiano da Luz (PT), Marcos Vieira (PSDB) e José Milton Scheffer (PP). Com os desembargadores Luiz Zanelato, Sônia Maria Schmitz, Rosane Portela Wolff, Luiz Antônio Fornerolli e Roberto Lucas Pacheco, sorteados pelo Tribunal de Justiça, vão decidir sobre o destino de Moisés neste segundo processo.

Mentores intelectuais da trama montada para derrubar o governador, os deputados Kennedy Nunes (PSD) e Ivan Naatz (PL) pediram para não ser votados pelos colegas. Júlio Garcia (PSD), que seria o beneficiário direto se a vice Daniela Reinehr também fosse afastada, não votou em nenhum dos deputados. A instalação do tribunal misto está marcada para hoje (30), às 10 horas, na Assembleia Legislativa. Quando também será escolhido o deputado relator do caso. São precisos sete votos para cassar o mandato, mas a tendência é de que seguirão a batida de martelo do STJ. Com o mesmo placar da votação anterior- 6 x 4- Moisés volta.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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