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Ser adulto, nos liberta?

Ser grande realmente é libertador, desde que seja compreendido a ação de causa e efeito, das escolhas conscientes e que melhora ainda mais quando se tem autoconhecimento.

03/11/2020

Ser adulto, nos liberta?

Ouço tantas crianças falando que querem crescer para não seguirem regras, ter liberdade de fazerem o quê querem e ninguém mandar nelas. Isso me faz pensar, como elas percebem a vida adulta, de “gente grande”. Elas acreditam que crescer será muito libertador e realizador, concordo plenamente.

Viemos de uma educação rígida, onde certo e errado é o que nos rege, assim como, do que os outros vão pensar. Nós pais, se aproveitarmos a maternidade e a paternidade para nos melhorarmos, reconhecemos que fomos educados como nossos pais podiam.  Hoje, na nossa função de pais e ouvindo os desejos dos nossos filhos, repensamos até mesmo a forma como os educamos.

As crianças nos fazem questionamentos e observações que realmente fazem muito sentido. Frases tipo: “Se acalme”, “Já resolvemos isso antes”, “o não já joguei fora”, “tudo vai dar certo”, “pense, depois me diga o que resolveu”, “amanhã será um dia melhor”, “te amo”, “mãe, rezei e deu certo”, “você vai pensar no meu caso?”, são frases de efeito em nós pais, sensíveis com a tal habilidade de falar diretamente o que pensam e sentem.

Precisamos reconhecer que nossos filhos têm muitos a nos ensinar e que desejam um futuro libertador dos momentos frustrantes que a infância e a adolescência nos colocam. Afinal, cheio de regras e limites, necessários para poderem seguir em segurança. Mas como fazemos isso, será que dá bons resultados?

Cada criança tem seu próprio funcionamento quanto ao que recebe dos pais. Alguns não questionam, outros aceitam com certa facilidade (as vezes por um tempo), outros questionam, querem mais explicações para que o convença que essa realmente é a melhor solução.

Posso afirmar, a individualidade de cada criança em relação a individualidade de cada pai e mãe faz toda a diferença. Precisamos verificar os gatilhos que viram pólvora e música na relação de pais e filhos.

Hoje, precisamos muito da conscientização dos pais, da forma que foram educados e da forma que educam seus filhos. Chamamos de psicoeducação, a reflexão e a forma como os pais ensinam seus filhos e como isso reflete na vida de todos eles.

E aí, vocês acham que crescer, ser adulto, liberta? Liberta de opressões, medos, mágoas, ressentimentos, dores emocionais, crenças limitantes e tristezas. Tudo é uma questão de escolha de como lidar com esses sentimentos no seu coração.

Quando uma criança nos traz o desejo de ser adulto, primeiramente entendemos que esses pais estão mostrando que ser adulto é muito bom, senão não desejariam crescer e segundo que ainda não tem noção do quanto a vida de gente grande é cheio de responsabilidades, regras, limites, escolhas e consequências.

Ser grande realmente é libertador, desde que seja compreendido a ação de causa e efeito, das escolhas conscientes e que melhora ainda mais quando se tem autoconhecimento.

Ser criança é muito bom, pois a censura não nos rege, ser adolescente é muito bom, pois são necessários os questionamentos existenciais e ser adulto é melhor ainda, pois a maturidade te ensina ter prioridades. E quais são as suas???

Até mais, se cuide!

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