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Raças não existem!

“Tem gente que gosta de ser chamada de preta, tem gente que prefere ser identificada como negra. Na dúvida, faça como faz com qualquer pessoa branca, só chame pelo nome.”

24/11/2020

20 de novembro, Dia da Consciência Negra

Precisamos trazer a todos esse debate, por esse motivo trago um estudo cientifico que derruba a ideia de raça, que foi criada para justificar a violência.

“Raças não existem. Trata-se de um conceito inventado”, segundo o geneticista Sérgio Pena

A partir de testes de DNA, Sérgio Pena se dedica a desvendar as origens do povo brasileiro – que, segundo ele, é o mais diverso do mundo. Ao longo de 25 anos de pesquisa, ele constatou que a população do país é, ao mesmo tempo, ameríndia, europeia e africana. Segundo o especialista, todos os brasileiros carregam em seu DNA uma proporção singular de ancestralidade europeia, ameríndia e africana.

A conformação Humna é complexa

Seu estudo também concluiu que a cor da pele, dos olhos ou do cabelo tem pouca relação com a ancestralidade. Ou seja, não faz sentido dividir as pessoas entre afrodescendentes e eurodescendentes, população branca e negra, pois a conformação humana é muito mais complexa do que isso.

Então a palavra ”raça” é obsoleta

Nosso trabalho e o de muitos outros mostram que raças humanas não existem como entidades biológicas. As raças humanas foram inventadas a partir do início do século XVI para justificar o tráfico e a exploração dos escravos africanos. Assim, elas não passam de construções sociais, financeiramente oportunistas. Acredito que, ao mostrar a inexistência das raças, a ciência tem um papel informativo e liberador para a sociedade, afastando preconceitos.

Quando se divide a sociedade pela cor da pele, como faz o censo do IBGE, por exemplo, valorizam-se características irrelevantes?

Este é um ponto crucial. Estamos dando muito valor para coisas pouco importantes, porque os genes que controlam a cor da pele são uns 10 ou 20, e nós temos 20 mil genes. Esses 10 ou 20 não têm nada a ver com capacidade intelectual, ou física. A única coisa que determinam é a cor da pele. É a diferença entre comprar um carro branco ou vermelho. Que diferença faz? O carro é o mesmo. Só muda a cor.

O que, segundo seus estudos, fez do Brasil o país mais diverso do mundo?

O povo brasileiro se originou da mistura gênica de povos originados de três dos “velhos” continentes da terra: a Ásia, através dos ameríndios, a Europa, dos colonizadores, e a África, dos escravos. O Brasil foi gerado pela mistura desses três grupos, enquanto outros países, como Paraguai e Bolívia, ficaram restritos a dois deles, ameríndios e europeus, porque não tiveram tráfico de escravos tão forte.

Mas, ainda que não exista raça, existe o racismo.

Há dois níveis. Um é o racialismo: a pessoa acredita que raças existem, mas não associa valores a elas. O outro é o racista, que não só acredita que as raças existem, mas que algumas são superiores. Na população na totalidade há a questão do racialismo, que é algo nefasto porque manter o conceito de raça vivo é igual a ter em casa um pitbull: a qualquer hora ele pode te morder. Parece irrelevante acreditar que as raças existem. Até que, de repente, começa a haver uma luta entre elas. Adaptado pelo colunista,https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2017/07/racas-nao-existem-trata-se-de-um-conceito-inventado-garante-o-geneticista-sergio-pena-9835374.html

Por

Professor Pesquisador, Mestre em Educação, Especialista em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior, Historiador e Pedagogo. Entusiasta da Educação

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