Colunas

MDB com Moisés

O novo secretário da Educação tem 47 anos e entre janeiro de 2017 e março de 2018, foi secretário estadual da Infraestrutura no governo de João Raimundo Colombo (PSD).

28/01/2021

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

O deputado estadual Luiz Fernando Cardoso (MDB), conhecido no meio político do Sul do Estado como “Vampiro”, um apelido de infância, já mandou lavar o terno para o ato de posse como novo secretário estadual da Educação (confirmado ontem, 27) do tal governo de coalizão, montado para livrar o governador do segundo pedido de impeachment.

Entra no lugar de Natalino Uggioni, com quem já esteve para se inteirar de algumas ações da pasta para 2021, incluindo o retorno às aulas. E uma necessária troca de ideias com quem deixa a pasta.

Advogado, natural de Criciúma, está no segundo mandato de deputado estadual. Até hoje, nunca exerceu nenhuma atividade ligada à Educação.

No julgamento do primeiro pedido de impeachment contra Carlos Moisés (PSL), no caso da equiparação salarial dos procuradores gerais do Estado com os da Assembleia Legislativa, Vampiro foi o relator da Comissão Especial de julgamento. Que também tinha desembargadores do Tribunal de Justiça. E votou pelo afastamento de Moisés, que acabou absolvido.

Aliás, ontem (27) O Ministério Público de Santa Catarina arquivou inquérito instaurado em abril do ano passado sobre a conduta de Moisés na compra dos 200 respiradores da empresa Weigamed.

Por R$ 33 milhões pagos adiantados e sem licitação. No parecer o MP exclui as conclusões por se tratar de “imposição de sigilo” feita pelo Superior Tribunal Federal. O que enfraquece ainda mais a CPI criada na Assembleia Legislativa para investigar a compra fraudulenta.

O novo secretário da Educação tem 47 anos e entre janeiro de 2017 e março de 2018, foi secretário estadual da Infraestrutura no governo de João Raimundo Colombo (PSD).

No primeiro ano de Carlos Moisés, o parlamentar foi um dos que estavam bem próximos do governador, mas virou oposição em 2020. Mas isso é o que menos importa quando interesses pessoais e políticos estão em jogo.

Sua suplente na Assembleia Legislativa é a assistente social Dirce Heiderscheidt (MDB), 63 anos, que já tem dois mandatos de deputada estadual, de 2011 a 2019.

Olho em 2022

O PP, com o deputado Altair Silva, e PSD, com Eron Giordani na Casa Civil, já aderiram. Da mesma forma que o MDB, estão de olho na majoritária de 2022. Quando, com toda a certeza, não haverá nem de longe a influência da “onda Bolsonaro” como ocorreu de forma avassaladora em 2018.

Esmagando candidaturas majoritárias do MDB, PT e PSD, por exemplo. Por enquanto, a única e solitária voz discordante quanto ao MDB no governo, é a do senador Dario Berger, que também quer a cadeira de Moisés. Que não vai à reeleição.

Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) volta a Santa Catarina pela sexta vez, no dia 4 de fevereiro. Em Florianópolis preside ato de entrega de 225 automóveis comprados pelo Ministério da Cidadania e que serão usados pela rede de assistência social do Estado em 147 municípios (APAEs, Creas, Cras). Recursos de emenda parlamentar da bancada federal catarinense.

Em Brasília

Com apoio formal do PSL, com uma bancada de 52 parlamentares, cresce a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados.

Agora, entre os partidos que o apoiam, são 196 votos. Contra Baleia Rossi (MDB), referendado por Rodrigo Maia (DEM), que ainda soma larga vantagem: 272.

No total são 496 votantes dos 513 possíveis porque 17 deputados do PSL estão suspensos de suas atividades partidárias. A eleição ocorrerá em 1º de fevereiro.

No STF

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa espera resposta do Supremo Tribunal Federal em reclamação contra a juíza federal Janaína Cassol Machado. Que, mesmo depois de os deputados, por esmagadora maioria, decidirem revogar ordem de prisão preventiva, com afastamento de Júlio Garcia, do mandato e da Alesc, manteve a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.

Alegam que prisão preventiva contra deputados só pode ocorrer em flagrante delito e em crimes inafiançáveis. A decisão está nas mãos do ministro Luiz Fux. Garcia é acusado de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, omissão de bens, entre outros.

Vacinação

Manchete estampada por vários órgãos de imprensa, ontem (27): “Mais de 48 mil vacinados contra a COVID 19 em Santa Catarina”. O tom do título baseado em release produzido pela secretaria estadual da Saúde pretende afirmar que se trata de números muito positivos.

Ao contrário, tirando as faixas etárias desobrigadas à vacinação, a população do Estado que precisa do imunizante gira em torno de seis milhões de pessoas.

Habitação

Joinville, maior cidade de SC e com uma população ao redor de 600 mil pessoas, tem um déficit habitacional gigantesco em números disponíveis de 2020: pelo menos 14 mil famílias estão na fila de espera pela casa própria.

A paralisação de programas habitacionais do governo federal impactou diretamente nas camadas mais pobres da população.

Em Jaraguá do Sul, conforme números disponíveis de maio de 2019, 225 famílias estavam cadastradas na diretoria de Habitação da prefeitura.

 

*A opinião do colunista não reflete necessariamente a opinião do veículo

Notícias relacionadas

x