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A educação além das escolas, uma reflexão filosófica

Cada vez mais a educação se apresenta como uma “aposta necessária tanto em termos de funcionalidade econômica, como de qualificação e de afirmação da dignidade” Rubem Alves. Dessa maneira convido vocês a uma reflexão, através de Platão e o Mito da Caverna, sobre nossa educação.

28/04/2021

Por

Professor Pesquisador, Mestre em Educação, Especialista em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior, Historiador e Pedagogo. Entusiasta da Educação

Dia da Educação

O dia da educação é comemorado no dia 28 de abril, serve para incentivar e conscientizar a população sobre a importância da educação, seja escolar, social ou familiar, para a construção de valores essenciais na vida em sociedade e do convívio saudável com outros indivíduos. A família é a base da formação educacional de uma pessoa, os pais ou responsáveis devem estar atentos e participar da formação dos valores sociais, éticos e morais do indivíduo. Para uma reflexão mais filosófica sobre o papel da educação, trago de Platão, o mito da caverna. Como Nelson Mandela falou: “A Educação é a ferramenta mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo. ” 

Platão e o Mito da Caverna

Em sua obra “A República”, Platão traz um diálogo entre Sócrates e Glauco sobre a teoria do conhecimento da verdade, onde ocorre a necessidade do conhecimento para rompermos com o medo das sombras. Na alegoria de Platão somos ignorantes frente a verdadeira realidade, considerando as sombras das coisas como as coisas de fato. Temos a necessidade de romper as sombras e olhar para a claridade, sem medo.

A sombra de Platão, uma analogia

A sombra é o temor da Humanidade em sair de seu espaço de conforto, é quando ficamos aprisionados, acorrentados em nossas crenças e verdades de um mundo dos cinco sentidos, único e real. Essa prisão nos permite ver apenas as sombras refletidas nas paredes de nossas verdades, formadas por movimentos de trás da fogueira não vista por nós.

É importante ver, acreditar e enxergar de vários ângulos

Crer dessa forma não nos permite ver além das sombras, pois o ser humano tende a esquecer ou não entender o que é realidade ou o que é apenas aparência, são apenas sombras de uma ilusão na caverna que confunde a realidade. Essa forma de ver existe por uma necessidade, muitas vezes narcisista, pois o individualismo cria várias crenças para atender a própria necessidade, ou, sua própria crença.  

Hoje, nossa caverna

Atualmente estamos presos a informações em massa, uma chuva diária de opiniões rasas, sem ou com conhecimento superficial. Essas informações, em sua grande maioria, é inútil e leva a maioria das pessoas a regredir para a caverna, tornando as coisas sombras da caverna, sem permitir enxergarmos a realidade e não apenas sombras. Temos a necessidade urgente de aproveitarmos as informações para transformar em conhecimento, deixar a preguiça de pensar, buscando transmitir e repassar aos demais a realidade do que é palpável e visível, evitando reproduzir as sombras da caverna e fortalecer a ignorância.

A caverna de hoje, ocupa o centro da sala

Podemos considerar como nossa caverna atual, as mídias sociais, televisão e os movimentos em massa. A preguiça intelectual que toma conta de nossa sociedade atual contribui para essa situação, uma sociedade que será conhecida como das notícias falsas, da preguiça ou da conveniência em não checar a confiabilidade das informações e suas fontes, talvez porque a sociedade do século XXI vive de forma que a vida de cada um tem maior importância do que preservar a coletividade em que vive. E somente através do ensino podemos transforma essa realidade, “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais…”  Rubem Alves

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