Santa Catarina e o futuro dos cassinos resort no Brasil
Os cassinos poderão estar muito próximo de serem liberados. Vem ganhando força o movimento social e político pedindo o cancelamento da proibição dos jogos que vigora em nosso país desde 1946. Não são só os empresários do setor e os políticos mais progressistas fazendo força nesse sentido. É também o…
20/04/2020
Os cassinos poderão estar muito próximo de serem liberados. Vem ganhando força o movimento social e político pedindo o cancelamento da proibição dos jogos que vigora em nosso país desde 1946. Não são só os empresários do setor e os políticos mais progressistas fazendo força nesse sentido.
É também o setor do turismo em geral (hotelaria, restaurantes, etc.) que pede que o Brasil seja recetor de visitantes do exterior procurando seus cassinos, em vez de perder seus compatriotas para Punta Del Este e outras cidades com cassinos.
Apesar de o movimento contra a liberação dos jogos usar como argumento que a liberação iria causar prejuízo no setor do turismo (o turistas-jogador gastaria mais dinheiro em vício que em hotel e restaurante, segundo esse argumento), os próprios empresários e operadores do setor não deixam se convencer. Santa Catarina poderia ser um dos beneficiários, mas tem um problema.
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186/2014 para acabar com a proibição
Fazendo já (como seu número indica) quatro anos desde o início de seu debate, o projeto de lei 186/2014 tem como objetivo a liberação dos jogos de azar em todas suas formas. Isso incluiria estabelecimentos com máquinas caça-níquel, bingos, jogo do bicho e, claro, o funcionamento de cassinos de acordo com o definido pela lei.
Um dos grandes argumentos utilizados por quem defende a liberação dos jogos de cassino é o fato de, na atualidade, já ser possível a qualquer cidadão acessar plataformas como o NetBet Casino através da internet. Os cassinos online são uma indústria em crescimento, e no caso do Brasil atuam legalmente porque estão situados em outros países, onde a lei brasileira não pode alcançar. Não existindo um regime especial regulando essa atividade, na prática qualquer cidadão pode jogar roleta, blackjack, vídeo poker, caça-níquel, etc., criando uma conta nessas plataformas.
O cassino resort
O projeto de lei aponta para a criação do “cassino resort”, um estabelecimento de grande dimensão com tudo o que turista pode precisar: entretenimento, restaurantes, hotel, etc. E cada estado teria um número limitado de licenças para cassinos, entre 1 e 3, de acordo com sua população.
Estados com menos de 10 milhões de habitantes veriam nascer apenas um cassino desse tipo.
Santa Catarina: só tem lugar para um
Como é fácil de compreender, Santa Catarina só terá direito a um cassino resort se o rascunho avançar do jeito que está. E é aqui que nasce o problema que falámos acima, pois a vocação turística de SC mereceria, certamente, mais que um estabelecimento.
O Costão do Santinho Resort será sem dúvida um dos principais candidatos a ganhar a licença do único cassino de Santa Catarina, e parece lógico que Floripa receba esse tipo de equipamento. Mas aí, como fica Balneário Camboriú? Ainda para mais sabendo o potencial de nosso estado para atrair visitantes internacionais, em especial da Argentina.
Será isso justo para o estado barriga-verde? Não seria necessário exigir um regime diferente para nosso estado, ou ajustar o projeto de lei à realidade do turismo catarinense?