Santa Catarina alcança o maior valor de produção agropecuária da história
A piscicultura de água doce catarinense produziu 46.758,7 toneladas na safra de 2019, sendo os produtores profissionais responsáveis por 73,4% deste montante
18/04/2021
Em 2020 o Valor de Produção Agropecuária (VPA) de Santa Catarina ficou em R$ 40,9 bilhões, o maior da história, superando o recorde anterior, alcançado em 2017. No ano passado, a agropecuária catarinense também bateu recorde de participação no valor de exportações do Estado: 70,2%.
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Estes e outros números fazem parte da 41ª edição da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, publicação anual da Epagri/Cepa lançada na quarta-feira (14). No evento também foi lançado o livro Indicadores de Desempenho da Agropecuária e do Agronegócio de Santa Catarina 2019/2020. As duas publicações trazem os resultados do mais recente ciclo agrícola do Estado.
A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, lembra que os resultados positivos se deram apesar das adversidades que o agronegócio catarinense enfrentou na safra 2019/20. O clima não ajudou, e estiagem, granizo e até tornados afetaram cultivos pelo Estado. A pandemia foi outro empecilho que agricultores e profissionais da Epagri precisaram contornar para seguir garantindo segurança alimentar para a população brasileira.
O Secretário do Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, destaca que Santa Catarina tem um conjunto de líderes com vocação natural para o agro, fazendo do Estado um sucesso no setor, demonstrado nos números das publicações da Epagri/Cepa.
“Temos trabalhado fortemente com municípios e Epagri para impulsionar os fatores de produção do Estado, como estradas rurais de qualidade, melhorias no fornecimento de energia elétrica e de água e acesso à internet”.
Agronegócio: 70% das exportações do Estado
O VPA de R$ 40,9 bilhões alcançado pelo Estado em 2020 é 21,1% superior ao de 2019, quando ficou em R$ 33,8 bilhões. Entre 2018 e o ano seguinte, o índice já havia registrado variação positiva de 8,7%. O aumento nos preços recebidos pelos produtores foi a principal razão do crescimento do VPA estadual nos dois períodos, com destaque para suínos, bovinos, leite e grãos.
Para alcançar o VPA histórico em 2020, Santa Catarina contou principalmente com a produção de suínos, que participou com 23% do total, de frangos (17,5%) e de leite (11,9%). A Síntese aponta que nos últimos anos houve grandes variações na composição do VPA catarinense, com ampliação da participação de suínos, bovinos, soja e leite e perda de participação dos frangos e do tabaco.
Exportações
Em 2020 o agronegócio catarinense exportou US$ 5,7 bilhões, valor 6,7% menor do que em 2019 (US$ 6,1 bilhões). Apesar da redução no valor total das suas exportações, o setor agropecuário seguiu a trajetória de aumentar sua participação nas exportações de Santa Catarina, chegando a 2020 como responsável por mais de 70% do valor total exportado pelo Estado.
Arroz ocupou o oitavo lugar no Valor Bruto de Produção em 2020
A produção catarinense de arroz, que tem forte representação econômica na região de Massaranduba e Guaramirim, principalmente, é a segunda maior do país, chegando na safra 2019/20 a 1.254.139 t, o que representa 11% do total nacional. A produtividade média foi de 8,4 toneladas por hectare, o que representa um incremento de aproximadamente 9% em relação ao período agrícola anterior.
O arroz irrigado é produzido em 93 municípios catarinenses, concentrados no Litoral Sul (61,9%), Médio/Baixo Vale do Itajaí e Litoral Norte (25,2%), Alto Vale do Itajaí (9,04%) e Litoral Centro (3,9%). O grão ocupou o oitavo lugar no VPA do Estado em 2020, com cerca de R$1,25 bilhão.
A alta do dólar fez da exportação uma boa alternativa para os rizicultores do Estado em 2020. De janeiro a outubro do ano passado Santa Catarina exportou 47,9 mil toneladas, contra 6,1 mil toneladas exportadas em 2019. O mês de maior movimentação foi agosto. Este cereal é o alimento-base de mais de 3 bilhões de pessoas no mundo.
O arroz ocupou o oitavo lugar em Valor Bruto da Produção em 2020, com cerca de R$ 1,25 bilhão. Na safra 2019/20, observou-se que o desenvolvimento da safra foi normal, apesar do atraso no plantio entre a primeira quinzena de setembro e outubro, em razão da estiagem. A área do Estado foi ajustada para 149,5 mil hectares, após a conclusão de um trabalho realizado em parceria pela Epagri e Conab, de mapeamento via satélite das áreas municipais de arroz.
Quanto à produtividade, a média do Estado, na safra 2019/20, foi de 8,4 toneladas por hectare, o que representa um incremento de aproximadamente 9% em relação à safra anterior.
Massaranduba segue como segundo maior produtor de peixe do Estado
A piscicultura de água doce catarinense produziu 46.758,7 toneladas na safra de 2019, sendo os produtores profissionais responsáveis por 73,4% deste montante. O restante foi produzido por amadores, isto é, aqueles produtores que utilizam a piscicultura para auto abastecimento, lazer e venda eventual. Os dados são da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, publicação da Epagri/Cepa lançada na quarta-feira, dia 14. O maior volume de produção foi de tilápias, seguido pelas carpas. A produção da piscicultura catarinense na safra de 2019 apresentou uma redução de 2,53% em relação à do ano anterior. Quando a análise é feita por grupos de peixes, é possível notar que as tilápias apresentaram um pequeno aumento de 1,13%, enquanto as carpas sofreram uma queda de 11,56%.
No entanto, foram as trutas que sofreram a maior redução na produção, com queda de 48,02%. Com essa redução, as trutas, que eram o terceiro grupo de peixes mais produzido em 2018, foram ultrapassadas pelos jundiás e catfishes.
Quando a análise é feita por município, observa-se mudanças significativas no cenário catarinense. O município de Armazém, que era o quarto maior produtor em 2018, passou a liderar a produção de peixes de água doce em Santa Catarina em 2019, seguido por Massaranduba, Rio Fortuna, Petrolândia e União do Oeste. Enquanto Armazém produziu 2.059 toneladas, Massaranduba, na segunda posição, produziu 1.853 toneladas e Schroeder, na 13ª posição, 895 mil quilos de peixes em 2019.
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