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Banana mais doce do brasil

Banana da Região de Corupá tem nova etapa para o uso do selo, e somente poderão usar o selo os produtores, casas de embalagens, agroindústrias, distribuidores e comerciantes estabelecidas dentro do território (nos quatro municípios), obedecendo a critérios técnicos

15/08/2019

O INPI concedeu no dia 28 de agosto do ano passado o registro de Identificação Geográfica (IG) na espécie Denominação de Origem (DO) para o produto banana da Região de Corupá, em nome da Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco). O certificado, no entanto, foi entregue pelo presidente do INPI, Luiz Otávio Pimentel, no dia 26 de outubro, em Florianópolis. Com uma área de 857,3 km2, distribuídos pelos municípios de Schroeder, Jaraguá do Sul, Corupá e São Bento do Sul, a Região de Corupá produz bananas do subgrupo Cavendish. Uma de suas principais características é o sabor mais doce da fruta, aliado a uma menor acidez.

A Banana da Região de Corupá possui mais de 900 famílias que se beneficiam da produção da fruta em um ambiente marcado pelas peculiaridades de clima e relevo, mas também pelo saber-fazer, pelas tradições e culturas locais. A conquista da Denominação de Origem (DO), única no mundo para a banana, foi uma luta de muitos anos, particularmente a partir de 2014, com envolvimento de diversos atores, em especial as associações de produtores dos quatro municípios, a Epagri e o Sebrae-SC.

O registro de DO permite delimitar uma área geográfica, restringindo o uso de seu nome aos produtores e prestadores de serviços da região, ou seja, somente poderão usar o selo os produtores, casas de embalagens, agroindústrias, distribuidores e comerciantes estabelecidas dentro do território (nos quatro municípios), obedecendo a critérios técnicos. A espécie de IG chamada Denominação de Origem reconhece o nome de um país, cidade ou região cujo produto ou serviço tem certas características específicas graças a seu meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.

Coordenadora do projeto diz que produtor precisa capitalizar a DO

O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) concedeu no dia 28 de agosto de 2018, durante evento realizado em Corupá, o registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Denominação de Origem (DO), para o produto “Banana” da Região de Corupá. Foi uma etapa vencida e comemorada. No entanto, para a utilização do selo de DO é preciso vencer ainda algumas etapas, previstas para acontecer entre agosto e dezembro de 2019, com o envolvimento das Associações de Bananicultores de Corupá, Schroeder, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul, além do Cigamvali, que vão arcar com a metade dos custos orçados em R$ 104,8 mil, cabendo 50% ao Sebrae.

Para tratar da próxima etapa, aconteceu na noite de terça-feira (13), no auditório do CREA-SC em Jaraguá do Sul, a reunião do Conselho Gestor da DO Banana da Região de Corupá, com representantes dos quatro municípios, entre prefeitos, secretários de agricultura, produtores e o executivo do consórcio intermunicipal do Vale do Itapocu. Preliminarmente a coordenadora do Projeto IG da Banana, Eliane Cristina Müller, traçou a linha do tempo da produção da banana na região e dos passos seguidos para a conquista da Indicação Geográfica à Denominação de Origem. A banana produzida nesses municípios é reconhecidamente a mais doce do Brasil e também do mundo, conquanto é a única com a certificação até agora.

Eliane explicou que o clima, a localização e o relevo fazem com que a produção da banana na região seja diferente e com sabor mais doce, único. Segundo ela, é preciso, agora, tirar proveito dessa certificação junto ao mercado e para tanto necessário de faz cumprir outras etapas, com assessoramento do Sebrae, que inclui o plano de marketing. “Nosso agricultor sabe produzir bem, mas não sabe vender. Na cadeia produtiva é o que menos ganha, diferença que chega a mais de 500% do valor pago a quem produz até chegar a mesa do consumidor. Já temos a DO e agora é preciso capitalizar essa conquista, inovar”, disse a coordenadora do projeto.

Municípios produtores e Sebrae se integram nessa nova etapa

O consultor do Sebrae-SC, Rogério Ern, engenheiro agrônomo com mestrado e experiência na área, é o responsável pela condução dessa nova etapa. Ele comentou que agora será criado o Conselho Regulador para fazer a gestão da Denominação de Origem da Banana, junto com a verificação e monitoramento das conformidades nas localidades da região. Ele mostrou todos os passos que serão seguidos até dezembro deste ano. Essa segunda fase dará o direcionamento sobre o funcionamento e operacionalização para o uso do selo pelos produtores, agroindústrias, casas de embalagens e comercialização, como também a gestão da produção e qualidade.

O uso será exclusivamente àqueles estabelecidos dentro do território, ou seja, em Corupá, Jaraguá, Schroeder e São Bento. Nada além deles. Mercado, capacitação dos participantes e plano de marketing fazem parte dessa etapa. O gestor de projetos do Sebrae-SC, Celso Orlando Pirmann também comentou sobre a nova etapa, afirmando que são necessárias adequações de normas técnicas definidas pelo INPI, para a utilização do selo de Identificação Geográfica, formando auditores e conselho regulador e gestor para esse trabalho.

Celso explicou que são necessárias capacitações para comunicação e marketing, de modo que o selo seja transformado em diferencial competitivo para quem usa o selo, tanto para a banana in natura, como também aos subprodutos como biomassa, banana chips, geleia e outros. A IG Banana da Região de Corupá como a mais doce do Brasil é única e valoriza não só o setor produtivo, mas também o turismo que poderá se beneficiar com isso, atraindo pessoas para conhecer aonde é produzida e os produtos feitos à base da fruta. “O produtor precisa apropriar-se dessa conquista que lhe pertence. Os frutos desse trabalho serão colhidos dentro de alguns anos”, completou o agrônomo Rogério Ern.

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