Santa Catarina

Furtos a bancos em SC sobem 70% com interesse de criminosos por armas

Alta de ocorrências em 2022 interrompeu queda que já durava sete anos

23/01/2023

O número de furtos a instituições financeiras em Santa Catarina aumentou 70,8% em 2022 em relação ao ano anterior. Foram 82 ocorrências, contra 48 registradas em 2021. Já o de roubos também em bancos caiu pela metade no mesmo período, indo de 16 para oito episódios. Para as autoridades de segurança do Estado, a disparada no primeiro dos casos é explicada pelo maior interesse de criminosos não necessariamente pelo dinheiro, mas pelas armas de fogo guardadas nas agências bancárias.

Os dados são do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial (CSSPPO-SC), que, a pedido do Diário Catarinense, reuniu a série histórica de furtos e roubos a bancos no Estado, iniciada em 2011.

No período, o ano com número mais grave de furtos foi 2014, com 490 ocorrências. De lá para cá, esse tipo de crime vinha recuando, com baixa mais acentuada no início da pandemia, em 2020, de 49%. O volume de 2022 representou, portanto, a interrupção de uma tendência de queda que durava sete anos.

Número de 2022 interrompeu tendência de queda de sete anos (Gráfico: Paulo Batistella/DC)

Em 2022, Joinville concentrou a maior parte dos casos, com 26 furtos, seguida de Florianópolis, que teve 18 ocorrências. Araquari e Itajaí aparecem empatadas na sequências, com cinco casos cada. Blumenau teve quatro, e Navegantes, dois furtos a bancos. Outros 22 municípios ainda tiveram um episódio cada.

Em relação aos roubos, quando há a subtração de algum patrimônio, assim como ocorre com o furto, mas mediante ao uso de violência, o Estado teve o pior número em 2015, com 64 casos. Desde então, a tendência geral foi de queda, mas com variações nos registros dos últimos cinco anos.

Em 2022, Itajaí teve duas dessas ocorrências, enquanto Blumenau, Doutor Pedrinho, Florianópolis, Joinville, Mafra e Timbó tiveram um roubo a banco cada.

À reportagem, a Polícia Civil em Santa Catarina (PCSC) destacou, por meio da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Dras-Deic), que o salto dos furtos a bancos tem na mira dos criminosos as armas dos vigilantes, e não os caixas eletrônicos.

“Exemplo disso foi a operação Caixa de Vidro, deflagrada em outubro de 2022, que teve como alvo um grupo criminoso suspeito de arrombar mais de 20 bancos nos estados de Santa Catarina e Paraná. Na ocasião, foram cumpridos seis mandados de prisão e sete de busca e apreensão em Jaraguá do Sul e em Joinville, no norte do Estado, comunicou a PCSC, em nota enviada à reportagem pelo CSSPPO-SC.

Apenas essa quadrilha realizou 32 furtos de armas, que seriam vendidas para serem usadas na prática de outros crimes, conforme explicou o delegado Anselmo Cruz, titular da Dras-Deic, segundo o CSSPPO-SC.

Em agosto do ano passado, o NSC Total noticiou episódio de Florianópolis em que uma agência do Banco do Brasil no Campeche teve dois revólveres de calibre 38 da marca Taurus furtados. O suspeito pelo crime também levou 20 munições que eram de posse da segurança do local.

O colegiado à frente da segurança pública catarinense aponta ainda que, especialmente nas maiores cidades, agências também foram alvo de furtos de usuários de drogas, que levaram aparelhos eletrônicos.

No primeiro semestre de 2022, Santa Catarina já registrava aumento de 27% no número de armas de fogo furtadas, roubadas ou perdidas, que eventualmente acabariam desviadas para servir criminosos no mercado ilegal, em relação aos seis meses iniciais de 2019, período em que o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a afrouxar a política armamentista no país. Na ocasião, um especialista em controle de armas ponderou à reportagem que o aumento dos desvios está associado ao maior acesso a elas.

 

Conteúdo original publicado por NSC

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