A conquista do voto pela população brasileira é algo muito recente na história do país. Devido aos votos censitários que eram aplicados nas eleições, apenas uma pequena porcentagem da população tinha a chance de votar, sendo na maioria das vezes homens com poder aquisitivo alto e mais de 25 anos.
O começo de tudo
A primeira eleição no país é datada ainda no período Colonial e aconteceu na capitania de São Vicente (SP), em 1532, para ser escolhido o conselho administrativo da vila. Somente homens com boa linhagem familiar e alta renda puderam participar dessa votação e ocupar as funções políticas disponíveis naquele período.
Depois da Independência
Foi apenas depois da Declaração da Independência, em 1821, que o Brasil passou a ter eleições mais próximas das aplicadas atualmente, ainda com pouquíssimo poder de escolha para o povo e uma abrangência de eleitorado muito pequena, dando o direito apenas para homens brancos com mais de 25 anos e renda anual determinada.
O voto feminino
Ao longo do século 20, mais grupos puderam exercer seu direito ao voto. Por exemplo, o voto feminino, que foi conquistado em 1932 e exercido nas eleições de 1935. Contudo, devido à ditadura do implantada no país pelo governo de Getúlio Vargas, esse direito foi revogado e as mulheres puderam voltar às urnas somente nove anos depois.
Eleitorado mais abrangente
Com a Constituição Federal de 1988, o voto passou a ser realmente abrangente e aumentou o eleitorado brasileiro, alcançando mais de 100 milhões de pessoas votantes. As novas regras constituintes tornaram o voto obrigatório para toda pessoa com mais de 18 anos e facultativo para analfabetos, jovens de 16 a 17 anos e idosos com mais de 70 anos.
O voto dos jovens
Mas o voto para os jovens apenas foi conquistado depois de muita luta de ativistas e grupos estudantis da década de 1980. Grupos como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a União Brasileira dos Estudantes (UNE) pressionaram parlamentares da época para a adição de uma emenda à Constituição, dando o direito para jovens de 16 e 17 anos irem às urnas.
Reações entre políticos
A conquista deste direito causou diversas reações contrárias entre os políticos da época, que tentaram derrubar a decisão naquele mesmo ano. Por ser uma decisão aprovada pela maioria na Câmara dos Deputados constituinte, a medida foi aplicada e consagrada. A participação dos jovens teve alto índice nas últimas eleições.
Mais eleitores facultativos
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, entre janeiro e março de 2022 mais de 1,1 milhão de jovens entre 15 e 17 anos se registraram para votar nas próximas eleições, um dos maiores números registrados nos últimos anos. A Justiça Eleitoral sempre realiza campanhas de conscientização e incentivo ao eleitorado como um todo, em especial aos jovens, por meio da mídia e nas escolas.