Deputado Antídio diz que política da Funai prejudica indígenas e comunidade
Deputado Antídio diz que política da Funai prejudica indígenas e comunidade. Criticou a política indigenista brasileira e a possível instalação de uma aldeia na região do Ribeirão Manso
13/03/2025
Deputado Antídio diz que política da Funai prejudica indígenas e comunidade – O deputado Antídio Lunelli fez um pronunciamento na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) na terça-feira (11). Ele criticou a política indigenista brasileira e a possível instalação de uma aldeia indígena na região do Ribeirão Manso, no bairro Santa Luzia, em Jaraguá do Sul. Para Lunelli, as ações da Funai (Fundação Nacional do Índio) estão ultrapassadas. Elas criam mais problemas do que soluções para os próprios indígenas e para as comunidades locais.
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“A política da Funai está errada. Ao invés de criar novas reservas, o governo federal deveria investir em infraestrutura e condições dignas nas comunidades já existentes. O problema dos indígenas não é falta de terra, mas sim, a ausência de estrutura básica, educação e oportunidades para um futuro melhor”, declarou Lunelli.
O deputado, que aguarda a confirmação de uma reunião com técnicos da Funai, ressaltou que atualmente mais de 14% do território nacional é destinado a populações indígenas. Esses povos representam menos de 0,5% da população brasileira. Para Lunelli, esse modelo de demarcação não resolve os problemas enfrentados pelos indígenas. Além disso, ele gera impactos negativos nas comunidades locais e no setor produtivo.
RESERVA AMBIENTAL
No caso específico de Jaraguá do Sul, Lunelli defendeu que a área no Manso, adquirida pelo Dnit, deveria continuar sendo uma reserva ambiental. “Temos que discutir essa alternativa. Manter essa área como reserva ambiental garante a preservação do ecossistema local e evita impactos negativos para a população e para os indígenas. A Funai deveria trabalhar para integrar os indígenas à sociedade, oferecendo educação, saúde e oportunidades de trabalho, ao invés de isolá-los em condições precárias”, afirmou o parlamentar.
Lunelli também destacou que a falta de transparência no processo gera preocupação entre moradores e investidores da região, principalmente nos setores do turismo e agronegócio. “A preocupação não é por preconceito, mas pela falta de clareza e pelo histórico das políticas da Funai, que muitas vezes condenam os indígenas a uma realidade de miséria e abandono”, frisou.
Banco de imagens/Jornal do Vale do Itapocu
Uso político da questão indígena
O deputado também criticou o que chamou de “instrumentalização da miséria indígena” por grupos ideológicos e organizações que lucram com a perpetuação da pobreza e dependência do Estado. “A política atual empurra os indígenas para reservas sem estrutura, onde são explorados por ONGs e interesses escusos. E enquanto isso, nas ruas, vemos crianças indígenas pedindo dinheiro nos semáforos. Isso é dignidade? Isso é valorizar a cultura? Não podemos aceitar que essa situação se repita em nossa cidade”, argumentou.
“Não podemos continuar reféns de uma política falida que atrasa o Brasil e usa o ‘coitadismo’ como argumento. Queremos respeito para todos, para os indígenas e para os moradores de Jaraguá do Sul. Chega de decisões arbitrárias que ignoram a realidade local”, concluiu o deputado.
Funai emite nota confirmando o assentamento
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) emitiu uma nota, lida na RBN pelo radialista Roni Oliveira, no dia 10. A nota confirma a instalação de uma aldeia indígena na região do Ribeirão Manso, em Jaraguá do Sul. A área foi adquirida pelo Dnit como compensação pelos impactos da duplicação da rodovia BR-280. O imóvel possui 557 hectares, e o deslocamento dos indígenas faz parte de um programa de reassentamento. Está prevista a construção de seis casas, além da infraestrutura básica para a comunidade.
De acordo com a nota, o assentamento está programado para o segundo semestre de 2025. Além das casas, será instalada infraestrutura de abastecimento e saneamento básico. A Celesc será responsável pela ligação de energia elétrica no imóvel. As crianças indígenas serão matriculadas nas escolas da região e terão transporte escolar. Futuramente, o governo do Estado instalará uma escola adequada à cultura indígena.
A Funai também informou que, após a instalação, os indígenas se tornarão munícipes de Jaraguá do Sul, com todos os direitos e deveres de cidadania. Em 6 de março, foi realizada uma reunião entre a Prefeitura Municipal de Jaraguá do Sul e a Funai para estabelecer um diálogo sobre o processo de inclusão da população indígena.
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