Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.
Coluna: O que querem as mulheres?
Mas afinal, o que querem as mulheres?! A pergunta pode parecer simples de ser respondida, mas a resposta é complexa e depende do contexto, porque cada mulher tem suas características e necessidades específicas. Mas basicamente, todas elas querem ser ouvidas, respeitadas e valorizadas nos ambientes em que estão inseridas. E…
08/03/2025
Mas afinal, o que querem as mulheres?! A pergunta pode parecer simples de ser respondida, mas a resposta é complexa e depende do contexto, porque cada mulher tem suas características e necessidades específicas. Mas basicamente, todas elas querem ser ouvidas, respeitadas e valorizadas nos ambientes em que estão inseridas. E nada melhor do que tratar do universo feminino do que hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, bastante comemorado pelos floristas… Mas é sempre bom lembrar que nem todas as mulheres gostam de flores, e que mesmo as que as apreciam esperam ter a mesma valorização nos demais dias do ano. Mais do que flores, remete à ação!
Existem motivos para comemorar? Sim, mas os avanços são lentos e ainda há muitos espaços a serem conquistados. Ainda há preconceito de gênero, violência de gênero, feminicídios e salários desiguais em relação aos homens, mesmo com a mesma qualificação. E também não há como esquecer que a data teve origem em um acontecimento trágico, que custou a vida de operárias têxteis nos Estados Unidos, no início do século 20.
Fatos que originaram a data
É certo que há versões diferentes sobre a origem do Dia Internacional da Mulher. Em março de 1911, mais precisamente no dia 25, um incêndio ocorreu na Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, vitimando 146 pessoas: 125 mulheres e 21 homens. É apontado como um dos marcos para o Dia das Mulheres, causado pelas péssimas instalações elétricas, composição do solo e das repartições da fábrica, além da grande quantidade de tecido, que serviu de combustível para o fogo. Na época, era comum proprietários de fábricas trancarem os funcionários durante o expediente para evitar motins e greves, e isso causou a tragédia. Em 8 de março de 1917, milhares de mulheres se reuniram no protesto na Rússia que ficou conhecido como “Pão e Paz”. Elas reivindicaram melhores condições de trabalho e de vida, contra a fome e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), e iniciaram a luta pela redução da extensa carga horária e igualdade de direitos.
Oficialização acontece em 1975
Após o término da Segunda Guerra Mundial, o 8 de março aos poucos se consolida como o símbolo principal de homenagens às mulheres. Também foi associado ao mês de março por causa do incêndio em Nova York. A partir dos anos de 1960, a comemoração do dia 8 de março já estava estabelecida, mas foi oficializada pela ONU apenas em 1975, declarado o “Ano Internacional das Mulheres”, no combate às desigualdades e discriminação de gênero no mundo. A partir daí, passou a ser o Dia Internacional da Mulher.
Uma das grandes feministas do século 20, Simone de Beavoir, em 1949 tratou a condição feminina nas dimensões sexual, psicológica, social e política na obra O segundo sexo. No livro, ela propôs caminhos que podem levar à libertação das mulheres como, sobretudo, dos homens. Nas palavras da autora, “o certo é que até aqui as possibilidades da mulher foram sufocadas e perdidas para a humanidade; já é tempo, em seu interesse e no de todos, de deixá-la enfim correr todos os riscos, tentar a sorte”.
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