Coluna: Política & Políticos – Seif no TRE

Com parecer contrário da Procuradoria Regional Eleitoral a cassação do mandato, o senador Jorge Seif (PL) será julgado amanhã (26) pelo Tribunal Regional Eleitoral. Ele é alvo de uma investigação judicial movida pela coligação “Bora Trabalhar”, do então candidato a governador Gean Loureiro (União Brasil) e que tinha (o inconformado até hoje) João Raimundo Colombo (PSD) como candidato a senador. Seif foi denunciado por suposto abuso de poder econômico, por um helicóptero do empresário Luciano Hang. E a estrutura do escritório central (em Brusque) da Havan.

Vitória esmagadora

Ilustre desconhecido do eleitor catarinense, lançado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiado abertamente por Luciano Hang, Seif se elegeu com 1.484.110 votos, mais que o dobro dos 608.213 votos conquistados por Colombo. Que em 2022, perdeu sua segunda disputa consecutiva ao Senado. Colombo alega, por seus advogados, que o caso é semelhante a cassação do prefeito de Brusque, Ari Vequi (MDB), e do seu vice, Gilmar Doerner (Republicanos), eleitos em 2020. Também por uso da estrutura da Havan.

CURTAS

*Deputado Antidio Lunelli (MDB/Jaraguá do Sul) está na comitiva do governador Jorginho Mello (PL) que seguiu ontem (23) ao final da tarde para o Panamá. Até dia 28, tratam de negócios para Santa Catarina e uma visita técnica ao Canal do Panamá, uma das maiores obras da engenharia hidráulica do mundo, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico.

*A França começou a obra, em 1880, mas abandonou o projeto por problemas de engenharia e pela alta taxa de mortalidade de trabalhadores (em média, 60 mil) vitimados por doenças tropicais. Os Estados Unidos assumiram o projeto em 1904. Dez anos depois o Canal foi inaugurado, em agosto de 1914.

*Mais de 14 mil navios cargueiros de 170 países cruzaram o Canal em 2022. Cada um leva cerca de dez horas para percorrer os 82 quilômetros da gigantesca hidrovia marítima. E qual interesse teria o governo catarinense nisso (no Canal)? Vai saber!

*Jorginho Mello (PL) tem negado, mas 25 rodovias estaduais (1.506 quilômetros) passam por estudos desde 2021 como passíveis de pedágios a partir da concessão de rodovias federais (1.647 quilômetros) à iniciativa privada. Incluindo a BR-280, de São Chico a Jaraguá do Sul, e a SC-108.

*As estradas estaduais geram trânsito intenso para as federais, impactadas principalmente na camada asfáltica. O que explica a proposta de Brasília, colocando as rodovias estaduais e federais em pacote único. Uma compensação para quem assumir as federais. Já houve conversas entre JM e o Ministério dos Transportes, mas sem consenso até agora.

*De olho na reeleição em 2026, mas consciente de que tudo vai depender da performance do PL nas urnas de 2024 (eleição de prefeitos), o governador mostra cautela quando o assunto é pedágio nas rodovias estaduais. Mesmo que isso traga melhorias visíveis (vejam a BR-101 antes de ser duplicada), a ideia de pagar para usar tem lá seus efeitos políticos.

De olho nas pontes

Treze das principais pontes de Jaraguá do Sul devem passar por um pente fino para se saber, tecnicamente, a quantas andam essas estruturas. A vistoria começa com a contratação de empresa a ser definida em licitação e, salvo melhor juízo, é procedimento inédito. Para mostrar o estágio de vida útil de cada uma delas. Já não é sem tempo. Aliás, há um outro ponto a se considerar. Por exemplo, o “aterramento” da calha do Rio Itapocu, o que também ocorre no Rio Jaraguá.

As ilhas do Itapocu

Quem olha da ponte do Baependi para o Centro da cidade percebe inúmeras pequenas ilhas que se formaram ao longo dos anos, fruto da “tranqueira” que desce pelo rio a cada chuva mais forte. A profundidade da calha de um rio, diga-se, tem influência direta para se evitar ou retardar alagamentos e inundações. Aliás, um estudo técnico desenvolvido pela Unisul, aprovado em 2017 e entregue ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu, já apontava para uma necessária recuperação de áreas degradadas e o desassoreamento do rio.

VIA BRASIL

*A Schützenfest (Festa dos Atiradores e do Tiro Esportivo, de Jaraguá do Sul), pode entrar para o Calendário Oficial do Estado a partir de 2024. O projeto de lei é do deputado Vicente Caropreso (PSDB) e, se for aprovado, a Schützenfest será primeiro evento do gênero a constar da publicação. O calendário, anual, publica feriados nacionais e estaduais e pontos facultativos.

*Membros da CPI que investigou ações do MST, deputados de oposição lançaram ontem (24) a Frente Parlamentar Invasão Zero. Na Câmara dos Deputados vão trabalhar em defesa do direito à propriedade. Presentes o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como ‘padrinhos’ do grupo.

*A Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados faz sessão para debater sobre a cadeia de produção da maconha no Brasil. A pedido do deputado Padre João (PT/MG).

Oposição e governo unidos

Deu no jornal “Correio Braziliense”: Enquanto trocam acusações no plenário por temas diversos — que envolvem até a Guerra no Oriente Médio — nas votações no Conselho de Ética, governo e oposição andam de mãos dadas. Deputados dos dois grupos votam juntos para salvar os mandatos uns dos outros. Até agora, dos 18 parlamentares acusados de quebra de decoro, 13 já se livraram — 7 do governo e 6 da oposição. Em apenas um caso, de Nikolas Ferreira (PL-MG), acusado de fazer discurso transfóbico, foi aprovada uma censura escrita.

Vai acabar em “pizza”

Outros 5 deputados estão com seus casos pendentes, mas o acordo já está fechado e todos vão acabar em “pizza”. O acordo foi costurado entre petistas e bolsonaristas. A sugestão desse “acordão” partiu do deputado Washington Quaquá (PT-RJ), que era integrante do conselho e, sem pudor e receio de críticas, propôs que uns absolvessem os outros de uma forma “pedagógica”, argumentando que ali não “era uma delegacia”.