Jaraguá do Sul

Ponte Tavares Sobrinho

A Ponte Tavares Sobrinho foi encomendada pelo Intendente Arthur Müller

24/07/2023

Na década de 1920, Olívio Brugnago ainda ajudou a construir outra importante travessia da cidade, a Ponte Tavares Sobrinho. Erigida sobre o Rio Jaraguá, na Rua Procópio Gomes de Oliveira, foi de fundamental importância para o desenvolvimento da Ilha da Figueira e proporcionou aos moradores da Colônia outra ligação a Blumenau, via Massaranduba.

A Ponte Tavares Sobrinho foi encomendada pelo Intendente Arthur Müller. Construída em alvenaria, madeira e ferro, com vão de 24 metros entre os pilares e 4,5 metros de largura, uma obra considerável para a época, sobre a qual se dizia que duraria meio século. Custou  32 mil réis.

 

A inauguração ocorreu em outubro de 1928, com festa popular incluindo churrasco, venda de bebidas, rifa e apresentações culturais, em evento semelhante ao que vimos acontecer durante a inauguração da Ponte Desembargador Mário Rau, em 2016, mas com duas peculiaridades. A cerimônia contou com a presença do próprio homenageado pela denominação da Ponte, o então Desembargador Francisco Tavares da Cunha Mello Sobrinho. Ele e os demais convidados, autoridades estaduais e da região, chegaram à festa de trem, via Estação Ferroviária, construída em 1909.

 

A obra foi celebrada pela população, que não precisaria mais recorrer à canoa para atravessar o rio, tarefa extremamente perigosa em dias de chuva, quando crianças ficavam sem ir à escola, enfermos sem atendimento médico e famílias inteiras sem acesso a mantimentos básicos.

 

Uma ponte tão bonita que trouxe a Jaraguá do Sul, no mês seguinte ao da inauguração, o então governador da época, Adolpho Konder. Dizem as testemunhas daquela visita que Konder parou maravilhado às margens do Rio Jaraguá, para admirar a estrutura recém-construída.

 

Em 1956, a Ponte Tavares Sobrinho recebeu reforma e cobertura, em investimento de 60 mil cruzeiros. Mas, foi danificada pelas enchentes que atingiram a cidade em dezembro de 1960 e ficou ameaçada. O edital para a reconstrução foi lançado em março de 1979. Além da Tavares Sobrinho, ele previa a substituição de outras duas pontes de metal por estruturas de concreto armado, tal qual conhecemos hoje: ponte Tavares Sobrinho, de 44 metros de extensão; a Ponte Weege, com 36 metros (Rio Cerro) e a Ponte Nereu Ramos, a maior delas, com 129 metros.

 

A estrutura de metal e madeira foi demolida em julho de 1979, dando espaço à nova, aguardada com ansiedade pela população até 18 de outubro de 1980. A inauguração contou com participação do então governador Jorge Konder Bornhausen e com a presença ilustre do Dr. Mário Tavares da Cunha Mello, filho do Desembargador Tavares Sobrinho.

 

Quem foram Tavares Sobrinho e Mário Tavares da Cunha Mello?

O Desembargador Francisco Tavares da Cunha Mello Sobrinho foi advogado, juiz de Direito, vereador e prefeito de Joinville (SC) e deputado estadual. Nasceu em Itambé (PE) em 1º de maio de 1894. Ingressou no Partido Liberal ainda durante a graduação. Chegou a Santa Catarina em 1895. Em 1896, foi um dos fundadores do Instituto Histórico Geográfico de Santa Catarina. Junto a Ângelo Piazera, foi sócio concessionário e fundador da Colônia Jaraguá, terras cuja posse receberam em 19 de outubro de 1908. A sociedade foi encerrada em 1916, quando a Colônia passou a pertencer a Piazera.

Tavares Sobrinho faleceu em 3 de junho de 1960, aos 87 aos, em Florianópolis. Ainda em vida, viu a ascensão do filho, Mário Tavares da Cunha Mello.

Nascido em  20 de janeiro de 1909, em Joinville, foi advogado, o 2º Tabelião e Oficial vitalicio do Registro de Imóveis da Comarca de Jaraguá do Sul, nomeado em 1933, e deputado estadual por três legislaturas. Também contribuiu com a fundação da Academia Joinvilense de Letras, da qual é um dos imortais. Em Jaraguá do Sul, também participou da inauguração da Ponte Abdon Batista, em 1965. Mário Tavares faleceu em 1996.

 

 

Confira a história de algumas pontes que fazem Jaraguá do Sul ser o que é:

Ponte Abdon Batista: A primeira

Futura ponte da Contemplação –

Do pilar sobrevivente a Ponte de Contemplação Eggon João da Silva

Ponte da Procópio – Tavares Sobrinho

Ponte Walter Breithaupt – “A ponte Rosa”

Ponte do Curtume (Ottíllia Schmitt)

Ponte Alberto Bauer e Ponte da Menegotti

Ponte do Trabalhador – Antônio Ribeiro e Ponte da Apae – Marly Freihsler Baumer

Pontes que ligam as regiões centrais da cidade

Ponte Desembargador Mario Rau e Ponte Mário Cammillo Demarchi 

 

 

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