Política

Aumento de impostos no agronegócio causa reação

As entidades do agronegócio catarinense estão revoltadas e devem pedir ao governador Moisés que revogue a medida

02/08/2019

O agronegócio catarinense está estupefato com a decisão do governo em aumentar tributos, a partir de ontem, 1º de agosto. O presidente da Faesc – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, José Zeferino Pedroso disse que “a decisão de aumentar a tributação sobre insumos agrícolas terá um efeito devastador na sociedade catarinense. É uma decisão errada e injusta. É uma punhalada nas costas de quem produz, atingindo não só o produtor rural, como também a agroindústria. O governo esquece que o agronegócio sempre foi a locomotiva da economia catarinense”.

A mesma opinião tem o presidente da Cooperativa Juriti, Orlando Giovanella. Segundo ele, a tributação de 17% sobre defensivos agrícolas e aumento do ICMS do arroz para 9,10% em Santa Catarina, vai afetar fortemente os custos de produção, reduzir a produtividade e perder a competitividade do produto, no caso específico do arroz. “No Rio Grande do Sul o ICMS é de 7%. Vamos ficar em desvantagem”, lamenta.

Orlando diz que a situação do arroz já era difícil, agora vai piorar para o produtor e para a indústria. O produto catarinense vai ficar mais caro para quem produz e não será possível repassar o custo ao preço final, haja vista que no mercado circulam produtos de outros Estados que têm situação tributária mais favorecida.

“O governo só quer aumentar a arrecadação para pagar as suas contas, mas não pensa nas consequências. O peso da carga tributária será fatal. A agricultura catarinense, de modo geral, mas particularmente o arroz, em nossa região, tem uma importância social e econômica muito grande, mas não é o que o Estado fez com essa tributação absurda. Estamos tristes e revoltados”, comentou o presidente da Cooperativa Juriti.

A reação está ocorrendo em todo o Estado. O efeito será devastador, inviabilizando algumas cadeias produtivas pelo elevado peso dos impostos. Na região, a ineficiência do Estado é flagrante com rodovias de péssima qualidade e falta de ação, sem contar a falta de investimentos essenciais. No entanto, taxa absurdamente os produtores e agroindústrias, inviabilizando muitos negócios.

O presidente da Cooperativa Juriti disse que o uso de defensivos agrícolas (agrotóxicos) é necessário dentro das dosagens recomendadas para manter a produtividade do arroz e uma produção rentável, caso contrário prejudica a cultura. “Com o ICMS a 17%, o custo para produzir o cereal que já era elevado, será muito maior”, lamenta. As entidades do agronegócio catarinense estão revoltadas e devem pedir ao governador Moisés que revogue a medida.

Por

Notícias relacionadas

x